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A história não contada dos Estados Unidos – Oliver Stone e Peter Kuznick

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A história não contada dos Estados Unidos Book Cover A história não contada dos Estados Unidos
Oliver Stone e Peter Kuznick
360
Faro Editorial
História
2015
978-8562409486

 

Sinopse:

Este é um arquivo histórico importantíssimo e raro que o leitor terá a oportunidade de conhecer a partir da curiosidade e do brilhante trabalho desta inusitada dupla de autores. A obra cobre um período de mais de 100 anos de história mundial, é fruto de uma profunda pesquisa por cinco anos, em que os autores se debruçaram sobre arquivos da época, e conferiam dados de fontes à exaustão. O resultado mostra que tudo está conectado: Dos governos Reagan e Eisenhower a todo o conceito da Segunda Guerra Mundial; o real significado da batalha contra o nazismo; o desenvolvimento (e a alimentação) da guerra fria; os diversos momentos em que os Estados Unidos agiram, na verdade, como agressores; O Macarthismo e a tradição de espionar toda gente, desde pessoas comuns à líderes mundiais; o modus operandi em que se inserem os conflitos no Iraque, Teerã, o trabalho da CIA e tantos outros eventos que, segundo documentos, tiveram como meta criar uma guerra global ao terror e dividir o mundo.

Sobre os autores:

 

Peter Kuznick

Autor pouco conhecido que teve destaque ao lado de Oliver Stone nas diferentes versões lançadas de A história não contada dos Estados Unidos pelo mundo. Escreveu também a obra Além do laboratório: Cientistas como ativistas políticos na América de 1930.

Oliver Stone

Conhecido por ser um famoso e premiado cineasta e roteirista estadunidense, com filmes no currículo como: Nascido em 4 de julho, O expresso da meia noite, JFK, Evita, Platoon, The Doors, Snowden, entre outros – Oliver Stone escreveu alguns livros sobre a história dos Estados Unidos, e na maioria absoluta deles, critica o imperialismo, defende políticas socialistas na América Latina e alerta para as infindáveis guerras com o único objetivo de gerar lucro e manter o poder de nações como os Estados Unidos e a Inglaterra.

Book Trailer:

A Resenha:

Quando eu era menino, ouvia bastante a expressão “imperialismo americano” e não fazia ideia do que se tratava. O tempo foi passando e apesar de perceber que o mundo seguia, cada vez mais, em direção a uma supremacia, ou seja, um controle absoluto por parte dos Estados Unidos, principalmente com o fim da União Soviética, achava um certo exagero a “demonização” do Tio Sam. Ledo engano, quanto mais eu lia e percebia qual eram as regras do jogo, mais passei a notar que toda crítica ao imperialismo americano é válida e deve sempre ser levada em conta.

Na prática, esse livro não traz nenhuma grande novidade, ainda que faça um trabalho histórico bem completo. Outros documentários e obras já trataram do tema, como Veias Abertas da América Latina, onde o escritor uruguaio, Eduardo Galeano, demonstrou a perversa influência dos Estados Unidos na política dos países latino americanos. Entretanto, quando a crítica parte de cidadão estadunidense, famoso e com total credibilidade, como Oliver Stone, precisamos dar ouvidos ao que ele tem a dizer. Essa obra deveria estar presente em todas as escolas do mundo e ser estudada arduamente, principalmente em países pobres da América Latina, como o Brasil.

No Oriente Médio não penso ser tão urgente, pois a não subserviência destes a esse modelo de imperialismo costuma leva-los à guerra, então, já tendem a ser críticos ao sistema naturalmente. Bem diferente do que acontece por aqui, onde aceitamos de forma natural, a falta de privacidade, apoios políticos e financeiros a golpes de Estado, muitas vezes por ditadores facínoras que cometem inúmeros crimes contra a humanidades, saindo ilesos destes. E claro, aceitando como terroristas e ditadores apenas os inimigos comerciais dos Estados Unidos, por sermos uma espécie de neocolônia, dominados culturalmente, e dependentes financeiramente de acordos que só beneficiam aqueles que fazem parte deste domínio.

O livro se inicia no século XIX, tratando da visão expansionista dos Estados Unidos e de seus problemas econômicos, foca na Primeira Guerra Mundial e passa pela ascensão de Lenin na Rússia, dando início à formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ao longo da obra, os autores discorrem sobre o posicionamento dos Estados Unidos em outros momentos diferentes da história, como na Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria, Guerra do Vietnã, Invasão ao Iraque, entre outros. Em todos os momentos, os autores vão desenhando o padrão desenvolvido pelos EUA para sua política externa, independente de quem esteja a frente do governo, sejam Democratas ou Republicanos.

O modus operandi estadunidense sempre impõe a ideia de que o país detém a verdadeira democracia e os verdadeiros valores cristãos. Sua religião está acima de todas as outras, e por isso, esse padrão deve ser levado ao mundo, e quem não aceita esse “favor”, torna-se automaticamente um terrorista, inimigo da humanidade e até mesmo o anticristo. Claro, esse posicionamento é volúvel conforme os interesses comerciais em voga. Essa postura estadunidense coloca a existência do mundo, muitas vezes, a beira do abismo, como ocorreu na tentativa de invasão à Cuba, que por instantes não levou ao mundo ao colapso, com uma guerra nuclear entre EUA e URSS, o uso de bombas atômicas no Japão, quando a Segunda Guerra basicamente já estava liquidada e agora em uma espécie de nova Guerra Fria com a Coréia do Norte.

O Brasil não passa despercebido na obra. O livro dedica um capítulo especial à ascensão da ditadura militar em 1964, com a derrubada do presidente João Goulart, financiada pelos Estados Unidos, primeira nação a reconhecer oficialmente o governo golpista, menos de 24h após a tomada do poder. Hoje, muitos arquivos da CIA estão sendo revelados contando detalhes assombrosos desse período, o que também não pode ser considerado uma grande novidade.

O livro A história não contada dos Estados Unidos tornou-se uma mini série de 10 episódios, que nunca foi transmitida no Brasil. Como o documentário criado a partir desse livro nunca foi disponibilizado por aqui, colocarei abaixo os episódios da série, que devem ser amplamente divulgados para evitar que o futuro siga repetindo o passado. E claro, mesmo assistindo a série, compre o livro.

Documentário:

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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