Kindle paperwhite: Prático como você

A van

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Acordei naquela manhã sentindo bastante calor. O final de semana havia sido agradável ao lado dele e sempre ficava com aquela sensação de vazio quando não o sentia por perto. Levei para o banheiro a roupa que havia separado na noite anterior e liguei o chuveiro para tomar uma ducha bem gelada.

Sentia a água batendo com força em meu corpo, refrescando a pele que ainda ardia em razão de sua lembrança. Hidratei o corpo com um óleo de açaí antes de me secar e me vestir para sentar-me a mesa e tomar café. Comi metade de um mamão com granola e tomei uma xícara de café com leite. Arrumei o cabelo usando uma escova grossa e o secador em cor azul. Liguei o rádio para ouvir as notícias do dia e chequei algumas mensagens no celular enquanto aguardava a van da empresa que me levaria para mais um dia de trabalho.

Em alguns minutos ouvi a buzina, desliguei o rádio e segui em direção ao portão. Cumprimentei o motorista, como fazia diariamente e me encaminhei para o último banco da lotação.  Após ajeitar-me na cadeira, peguei um livro na bolsa e iniciei a viagem sem me incomodar com o trânsito costumes da cidade. Era de praxe perder-me no tempo devorando as páginas, absorvendo cada detalhe daquela história, mas hoje, não conseguia concentrar-me naquele romance. Na verdade, o final de semana não saía de minha cabeça, suas mãos, seus toques e seu calor ainda aferventavam minha alma.

Fechei o livro e fiquei observando o trânsito enquanto lembrava-me de seus beijos. Teria de esperar toda a semana para tê-los novamente. Pensei em mandar-lhe uma mensagem, contar-lhe sobre meus desejos naquele instante. Hesitei em fazê-lo e aproveitei para olhar nossas fotos. Algumas de viagens, passeios e caretas pela casa. Enquanto navegava pelas fotografias, me surgiu na tela fotos de uma noite em que ele me provocava enviando fotos suas, totalmente nu, durante o banho. Se meu corpo já ardia em sua razão, as imagens foram o estopim para que agora eu estivesse totalmente em brasa. Recuperei as mensagens que havia me enviado aquela noite, e revezava as imagens com os textos sensuais que ele me escrevia. Sentia um desejo intenso em tê-lo ali, dentro de mim. Esfregava as coxas para tentar aliviar um pouco aquela sensação.

Sentia meus mamilos entumecidos e percebia que minha excitação, aos poucos, ia umedecendo minha calcinha. A van não estava completamente cheia, e não havia passageiros nos bancos ao meu lado. Em silêncio, abri vagarosamente o botão da calça e deslizei em direção ao meu sexo. Imaginava o peso sobre mim, as mãos puxando meus cabelos, a barba arranhando meu pescoço. Estava completamente encharcada e movimentava meus dedos de forma intensa, oscilando entre movimentos lentos e rápidos, sempre pressionando um pouco mais forte. Meu corpo precisava de seu sexo, me penetrando de forma intensa, em movimentos circulares com seu púbis se esfregando em mim, aumentando meu desejo. Minha mente viajava com o prazer que eu mesma proporcionava. Apertei forte a coxa enquanto sentia os espasmos de meu corpo em razão dos meus dedos, de sua intenção.

Recompus-me olhando para os lados, com certo alívio por não ter sido observada nem um só instante. Fechei o botão da calça e arrumei minha postura sobre a cadeira. Saquei novamente o celular da bolsa e enviei-lhe uma mensagem enquanto observava o ponto final se aproximando:

– Bom dia, estava pensando em você.

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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Um comentário

  1. Que leitura intensa, Rodo!
    Escreves tão bem que dá pra ver cena a cena do conto.
    Parabéns!

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