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Fla x Flu: É creu… É creu neles…

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A partida tinha tudo para ser mais um jogo sem muito valor pelo Campeonato Estadual. Fluminense e Flamengo foram a campo com a vaga praticamente garantida para as semifinais da Taça Guanabara, e sendo assim, os treinadores Joel Santana e Renato Gaúcho resolveram levar a campo equipes mistas, uma decisão que naturalmente deveria esfriar o interesse dos torcedores no clássico.

Se para parte da mídia o jogo não tinha grande apelo, a história mostra que nenhum Fla x Flu pode ser desprezado. Há sempre algo para acontecer tornando o confronto memorável e, assim ocorreu mais uma vez. Mais de quarenta mil torcedores foram ao Maracanã para assistir a partida que seria uma exibição de gala do Fluminense. Mal se deu o início do jogo e Thiago Neves teve duas grandes chances de abrir o placar, deixando claro que marcaria para sempre sua história no confronto. Obina também se mostrava perigoso e obrigou o goleiro Fernando Henrique a uma grande defesa.

O Fluminense voltou a ter uma grande chance quando Cícero partiu em contrataque sozinho em direção ao gol, mas o auxiliar mal posicionado indicou o impedimento inexistente. Diego Tardelli também teve a chance de abrir o placar por duas oportunidades, mas esbarrou em grandes defesas do goleiro Fernando Henrique. Apesar de bem movimentado, o primeiro tempo terminou com um insosso 0 a 0.

Logo no início da segunda etapa o Flamengo saiu na frente. Após lançamento para a área, Diego Tardelli cometeu falta no marcador Tricolor, sem que nada fosse assinalado pela arbitragem e o volante Kléberson estufou as redes: 1 a 0. O panorama da partida começou a mudar com uma falta no lado direito da área Rubro-Negra. Thiago Neves ajeitou com carinho e cobrou com perfeição, colocando a bola no fundo do gol, sem chances para o goleiro Diego. Era o empate Tricolor.

Com o resultado parcial, o Flamengo voltou a tomar a iniciativa da partida, e teve boas chances de virar o placar, principalmente com as finalizações de Obina. Em dois lances polêmicos, isso poderia ter ocorrido. No primeiro, Obina chutou forte e a bola bateu no braço do defensor Tricolor, no segundo após um “agarra-agarra”, Anderson acabou por derrubar o zagueiro Rubro-Negro, mas em ambos os lances a arbitragem nada assinalou.

O jogo seguia nervoso e equilibrado até que uma nova falta mudou o placar. Quase que como em um replay do primeiro gol, Thiago Neves bateu do mesmo lugar, mas no canto contrário colocando o Fluminense à frente: 2 a 1. Se o torcedor achava que as duas “pinturas” nas cobranças de falta eram o máximo que Thiago Neves faria aquela noite, o apoiador fez outra jogada de gênio. Em boa jogada pela esquerda, driblou dois adversários, sendo que o último ele deslocou passando a bola por entre as pernas do marcador antes de colocar a pelota no fundo das redes fazendo o seu hattrick. Ao comemorar o gol, Thiago Neves partiu em direção à torcida e dançou como o atacante Somália que não estava em campo, uma homenagem ao companheiro e suas comemorações. A torcida do Fluminense começou a festa: “Um, dois, três essa p… é freguês”.

Se a festa já acontecia nas arquibancadas, ela se tornou completa pouco tempo depois. Após cruzamento da esquerda, Maurício encerrou a goleada marcando o quarto gol, de cabeça, para o delírio da torcida Tricolor que não perdoou o rival, fazendo gestos e gritando ate o final da partida: “Creu… Creu… Creu…”

Ficha do jogo

Flamengo 1 x 4 Fluminense

Data: 10/02/2008

Estádio: Maracanã (Rio de Janeiro – RJ)

Público presente: 42.543

Público pagante: 39.056

Renda: R$. 630.691,00

Árbitro: João Batista de Arruda Cartões Amarelos: Arouca, Gustavo Nery e Romeu (FLU), Colace, Léo Medeiros, Diego Tardelli, Marcinho, Thiago Salles, Cristian (FLA)

Gols Fluminense: Thiago Neves (3) e Maurício.

Gol Flamengo: Kléberson.

Fluminense: Fernando Henrique, Rafael, Anderson, Roger e Gustavo Nery; Fabinho, Romeu, Arouca (David [73′]), Conca (Maurício [69′]) e Thiago Neves (Tartá [79′]); Cícero.

Técnico: Renato Gaúcho

Flamengo: Diego, Luizinho, Thiago Salles, Rodrigo Arroz e Egídio; Cristian, Colace (Marcinho [46′]), Léo Medeiros e Kléberson; Diego Tardelli (Maxi Biancucchi [59′]) e Obina.

Técnico: Joel Santana

 

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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