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Tim Maia: A relação do “Síndico” com o Tricolor das Laranjeiras

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Se fizermos uma busca rápida pela Internet sobre o time de futebol do coração de Tim Maia, que dispensa apresentações, veremos as mais diversas informações, uns juram de pé junto que ele era torcedor do Vasco da Gama, outros do Flamengo e por aí vai.  É bem verdade que em seu álbum de esteia, em 1970, gravou uma faixa intitulada Flamengo, que se limita a ter o nome do clube exaltado como viesse das arquibancadas, o que leva muitos a acreditarem que ele realmente torcia pelo time da Gávea.

Em sua biografia “Vale Tudo”, escrita pelo Tricolor Nelson Motta, Tim Maia é retratado como “Vascaíno relapso e americano eventual”. A verdade é que Tim não era lá muito ligado ao futebol e em uma entrevista ao jornalista Juca Kfouri, em 1997, o gênio indomável da música brasileira não deixou dúvidas ao ser questionado se era um torcedor americano: – Eu sou americano, de nascença (O vídeo com trecho da entrevista pode ser conferido aqui). É bem possível que Tim tenha realmente tido muito mais afinidade com o América do que com qualquer outro clube do Rio de Janeiro, em virtude de ter nascido na Rua Afonso Pena, ao lado do campo do Alvirubro da Tijuca.

Tim Maia gravou o hino do América para a revista placar, que continha versões dos principais hinos do País gravados por torcedores ilustres. Nessa mesma entrevista ao jornalista Juca Kfouri, Tim faz um apelo para gravar um álbum exclusivo com o hino de diversos clubes de futebol e chegou a gravar algumas faixas antes de falecer, sem ter o trabalho finalizado, foram os hinos do Flamengo, do Vasco da Gama e do Fluminense.

Para muitos torcedores essa é a única ligação de Tim Maia com o Fluminense, pois a gravação foi vendida em CD com um encarte que continha uma caricatura do cantor vestido com a camisa do clube, mas existe ainda um fato interessante nessa história. Tim foi casado com Maria de Jesus Gomes da Silva, a Geisa, que segundo consta foi o grande amor de sua vida. Ele a conheceu quando esta ainda era adolescente e iniciaram um romance rápido e turbulento. Geisa o abandonou para se envolver com um jogador de futebol por quem se apaixonou, deixando o cantor arrasado.

Durante o período em que esteve separado de Geisa, Tim aproveitou seu sofrimento e compôs clássicos como “Réu confesso”, “Que beleza” e “Gostava tanto de você”. Ao final das gravações do álbum de 1973 que continha essas músicas, Geisa retornou aos braços de Tim Maia, contudo, grávida de seis meses do jogador, que era casado e a abandonara. Apaixonado, Tim nem quis saber, assumiu a criança e a registrou como seu filho, o hoje cantor Léo Maia. Com Geisa, Tim teve seu filho biológico, Carmelo Maia. Essa história é retratada não só em sua biografia como no filme que a mesma inspirou, sendo que no caso, a personagem de Alinne Moraes chama-se Janaína e não Geisa, por representar as diversas mulheres da vida de Tim.

Curiosamente, apesar de sua biografia ter sido escrita por um torcedor do Fluminense, Nelson Motta não entrou em detalhes sobre quem era o jogador de futebol pai biológico de Léo Maia. O jogador citado é o goleiro Jorge Vitório, que reserva de Félix durante grande parte de sua passagem pelo Clube, defendeu o Fluminense de 1966 a 1973, atuando como titular em 184 partidas e conquistando diversos títulos, como a Taça Guanabara de 1966, 1969 e 1971, o Campeonato Brasileiro de 1970, o torneio de verão de 1973 e os campeonatos Estaduais de 1969, 1971 e 1973.

Confira o hino do Fluminense na voz de Tim Maia:

Fontes não citadas no texto:

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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