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O dia em que a Democracia Corintiana sucumbiu no Morumbi

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Para chegar à decisão do Campeonato Brasileiro de 1984, a equipe do Fluminense precisava passar pelo forte time do Corinthians, apelidada com a alcunha de Democracia Corintiana. Era a chance de devolver à eliminação de 19976 à equipe paulistana, que derrotou a Máquina Tricolor após uma disputa de pênaltis. A torcida do Fluminense não repetiu o feito da corintiana em 1976, contudo, levou cerca de 15 mil apaixonados ao Morumbi, que empurrou a equipe com bandeiras e muito pó de arroz.

A equipe do Corinthians era dada como favorita pela imprensa esportiva, e foi a campo com Carlos, Edson Boaro, Mauro, Juninho Fonseca e Wladimir; Eduardo Amorim, Zenon, Sócrates e Biro Biro; Casagrande e Ataliba, uma verdadeira constelação do futebol nacional. Mas o Tricolor não ficava atrás, os 11 guerreiros que foram a campo, entrariam para sempre na história das Laranjeiras: Paulo Vitor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Deley e Assis; Romerito, Washington e Tato. Importante lembrar que o esquadrão Tricolor contava ainda com Leomir, Paulinho e Renê no banco de reservas, uma equipe para trazer calafrios a qualquer adversário.

A vantagem do empate nos dois jogos levava o torcedor do Fluminense a torcer o nariz, para qualquer Tricolor vantagem é sempre um perigo, sabemos que sofrer para conseguir títulos e classificações está em nosso DNA. Diferente do que ocorre com a maioria das equipes que tem vantagem em fases de mata-mata, o Tricolor não se intimidou diante de um Morumbi lotado e nem tentou levar a disputa para o Maracanã, partiu para o ataque desde primeiro instante para definir logo a classificação.

No final do primeiro tempo, falta em Tato no lado esquerdo do ataque Tricolor, Romerito ajeitou com carinho e mandou para a área, a defesa parou e Assis não perdoou, colocando de cabeça a bola no fundo das redes. Mesmo com a vantagem no marcador, o técnico Carlos Alberto Parreira não recuou a equipe e o Fluminense seguia pressionando o adversário e impedindo todas as tentativas de empate. No segundo tempo a estratégia se repetia e o Corinthians não conseguia chegar à meta Tricolor, que a cada contra ataque se mostrava cada vez mais mortal. A cada roubada de bola era uma aflição para a torcida paulista.

O paraguaio Romerito dominava o meio de campo e o tento Tricolor era uma questão de tempo. Após certa pressão do Corinthians e uma roubada de bola pelo lado direito, Washington recebeu antes da entrada do meio de campo, deu um lençol desconcertante em Mauro e, partiu em velocidade invadindo a área e chutando forte, o goleiro Carlos defendeu e no rebote Tato não perdoou colocando 2 a 0 no placar para a explosão da torcida Tricolor. O Fluminense ainda teve a chance de ampliar após mais um contra ataque e chute forte de Duílio para grande defesa de Carlos, impedindo o terceiro tento.

A partida chegando ao fim e só se ouvia no Morumbi a torcida do Fluminense gritando “Parreira! Parreira! Parreira!”. Era uma aula de futebol e o domínio completo do adversário. Antes do apito final, Jandir ainda deu um lençol humilhante no meio de campo e Tato enfiou em profundidade para Washington que quase ampliou. Dias depois o empate em 0 a 0 vingaria a Máquina Tricolor levando o Fluminense a final do Campeonato Brasileiro contra o Vasco da Gama, e consequentemente ao segundo título Brasileiro, repetindo o feito de 1970.

Corinthians 0 X 2 Fluminense

Data: 13 de maio de 1984

Local: Morumbi, São Paulo.

Árbitro: Luis Carlos Félix.

Gols: Assis aos 39min do primeiro tempo e Tato aos 36min do segundo tempo.

FLUMINENSE: Paulo Vitor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Deley (Leomir) e Assis; Romerito (Renê), Washington e Tato.

Técnico: Carlos Alberto Parreira

CORINTHIANS: Carlos, Edson Boaro, Mauro, Juninho Fonseca e Wladimir; Eduardo Amorim, Zenon (Dicão), Sócrates e Biro Biro; Casagrande e Ataliba

Técnico: Jorge Vieira

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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