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Fla x Flu: O primeiro confronto do clássico das multidões

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Formado por nove jogadores campeões pelo Fluminense em 1911, o Flamengo iniciou sua trajetória no futebol como favorito ao título em 1912. Logo no primeiro confronto uma goleada sobre o Mangueira por 16 a 2, onde o time já demonstrava toda sua força, que se seguiu pelos jogos seguintes, vitória por 6 a 3 sobre o América e apesar do tropeço para o Paysandu, quando o rubro-negro perdeu por 2 a 1, o Flamengo aplicou uma goleada por 7 a 4 no Bangu, antes do grande confronto de sua recente história.

Se tudo caminhava bem para o Flamengo, o novo time do Fluminense não demonstrava qualquer confiança a sua torcida. Estreou com derrota por 2 a 1 para o Rio Cricket e foi goleado pelo Paysandu por 5 a 0. Venceu o São Cristóvão por 1 a 0 e empatou em 0 a 0 com o América. Após os primeiros confrontos pelo campeonato Estadual, o Fluminense realizou um amistoso com o Paulistano, de São Paulo, e foi goleado por 4 a 1.

Chegou o momento que todos queriam, Flamengo e Fluminense se enfrentariam pela primeira vez, e era esperado um massacre do Rubro-negro sobre o Tricolor, vários jornais da época davam como certa a vitória dos rebelados, afirmando que a partida era uma mera formalidade. Apenas dois titulares se mantiveram no Fluminense de 1911 para 1912: Oswaldo Gomes e James Calvert.

Às 15h55 do dia 07 de julho de 1912, cerca de 800 pessoas assistiram o árbitro Frank Robinson dar o apito inicial da primeira partida entre Flamengo e Fluminense. Mal iniciou o jogo, e todo o prognóstico mudou. Os jogadores Tricolores correram e suaram como nunca, pareciam se multiplicar em campo impedindo todas as ações rubro-negras. Logo no primeiro minuto, Edward Calvert abriu o placar para o Fluminense, o primeiro gol da história do Clássico. O Flamengo empatou a partida em seguida com Arnaldo. O primeiro tempo terminou empatado e no vestiário, os jogadores do Fluminense fizeram um pacto pela vitória, que seria histórica sobre os antigos companheiros.

A partida seguia equilibrada até os 17min do segundo tempo, quando James Calvert, que ao lado de Oswaldo Gomes permaneceu no Tricolor, ajeitou a bola na entrada da área e com categoria bateu a falta no fundo do gol do goleiro Baena. Alguns historiadores apontam que a falta foi batida sem muita força e que o ex-arqueiro Tricolor falhou no lance. Após voltar a frente do placar, o Fluminense passou a cadenciar a partida enquanto o Flamengo jogava em velocidade para tentar empatar o jogo.

O Rubro-Negro conseguiu o gol de empate aos 25min do segundo tempo, quando Píndaro igualou o placar e muitos ainda apostavam na virada. O empate já seria um triunfo para os Tricolores, mas os Deuses do futebol queriam mais. Se o Flamengo tivesse sido vitorioso no confronto, a futura rivalidade jamais existiria, estaria ali morto o Fla x Flu. Coube a Bartholomeu marcar o gol mais importante de sua carreira, entrando para a história do clássico e iniciando ali uma rivalidade centenária.

Dois minutos após o empate, James Calvert penetrou pela esquerda, cruzou forte e rasteiro para a área. Bartholomeu chutou com força e precisão fuzilando o goleiro Baena, dando ao Fluminense não só a vitória na partida, como também criando ali o seu maior rival, decretando a vitória dos heróis tricolores sobre os rebelados rubro-negros.

A derrota para o Fluminense resultou na perda do título Estadual para o Paysandu, se tivesse vencido o Clássico, o Flamengo teria conquistado o primeiro Estadual que disputara. Ali nascia uma das maiores rivalidades do mundo: O clássico das multidões, o Fla x Flu.

FICHA TÉCNICA

FLUMINENSE 3 X 2 FLAMENGO

Local: Campo da Guanabara (Estádio das Laranjeiras), Rio de Janeiro (RJ).

Árbitro: Frank Robinson.

Público: 800 pessoas.

Gols: Edward Calvert 1’/1ºT (1-0), Arnaldo 4’/1ºT (1-1), James Calvert 12’/2ºT (2-1), Píndaro 25’/2ºT (2-2) e Bartô 27’/2ºT (3-2)

FLUMINENSE: Laport, Belo e Maia; Leal, Mutzembecker e Pernambuco; Oswaldo Gomes, Bartholomeu, Behrmann, Edward Calvert e James Calvert.

FLAMENGO: Othon Baena, Píndaro de Carvalho e Emmanuel Nery; Cintra, Gilberto e Galo; Orlando, Arnaldo, Alberto Borghert, Gustavo de Carvalho e Ernesto Amarante.

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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